Ramos de Azevedo, 1851-1928

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Nome adotado
Ramos de Azevedo, 1851-1928
Texto biográfico
Francisco de Paula Ramos de Azevedo (São Paulo SP 1851 - Guarujá SP 1928). Engenheiro-arquiteto, empresário e capitalista, professor.
Em 1872, ingressou como “praticante” e “sem vencimento algum” nas obras de construção das estradas de ferro Paulista e Mogiana. Sob chefia do engenheiro Antônio Rebouças, envolveu-se nas obras da Paulista, entre Campinas e Rio Claro de 1874 a 1875. No ano seguinte, partiu rumo à Bélgica, para cursar engenharia na École Spéciale du Génie Civil et des Arts et Manufactures Annexée à l’Université de Gand. Seu talento para o desenho despertou a atenção do diretor da instituição, que sugeriu que o aluno de engenharia se dedicasse também ao curso de arquitetura. Concomitantemente, matriculou-se na Académie Royale des Beaux-Arts de Gand.

Em 1879, iniciou sua carreira profissional em Campinas. Em 1886, a convite do Visconde de Parnaíba, então vice-presidente da Província, transferiu-se para São Paulo. O “Escriptorio Technico do Engenheiro Architecto F.P. Ramos de Azevedo” foi fundado em 1896 e teve a razão social mudada para “F. P. Ramos de Azevedo & Cia” em 1907, quando Ramos associou-se a outros profissionais para desenvolver projetos de obras públicas e obras para particulares em São Paulo.
Os projetos sucederam-se num curto período de tempo, orientando os rumos da cidade em expansão e transformação.

Também empresário e capitalista, em 1890, Ramos de Azevedo assumiu a presidência da carteira imobiliária do Banco União, comprou a Fazenda Itupararanga para fornecer mármores e cal virgem para as obras e associou-se à Cia. Paraná Industrial para extração de pinhos e madeiras. Em 1896, integrou a Cia. Melhoramentos de São Paulo. Com a venda da fazenda, adquiriu o Sítio Inhaíba. Em 1903, associou-se ao genro na Casa Ernesto de Castro, especializada na venda de materiais importados. Em 1908, fundou a Companhia Iniciadora Predial, responsável por diversos empreendimentos imobiliários. Em 1910, criou a Cerâmica Vila Prudente. Em 1913, fundou a Cia. Suburbana de Retalhamento de Terras.

Em paralelo, atuou desde 1894, como docente da Escola Politécnica de São Paulo, tornando-se, em 1917, seu diretor no lugar do amigo Antônio Francisco Paula Souza. Ali ministrou Elementos de Arquitetura e Arquitetura Civil e Higiene da Habitação. Concomitantemente, desde de 1895, dirigiu o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, sendo responsável pelo programa de renovação pedagógica da instituição e pela sua nova sede sito à Avenida Tiradentes, inaugurada em 1900.

É o grande arquiteto da São Paulo do final do século XIX e início do século XX, sendo responsável por projetos que agregaram uma nova feição à cidade. Dentre essas obras podemos listar as mais célebres:
Paço Municipal de São Paulo: Teatro Municipal
Mercado Municipal de São Paulo
Correios e Telégrafos de São Paulo
Palácio da Justiça
Palácio da Justiça à Praça Clovis Bevilacqua para Governo do Estado de São Paulo
Liceu de Artes e Ofícios (atual Pinacoteca do Estado)
Portal de entrada do Cemitério da Consolação
Palácio do Comércio
Nome
Francisco
Sobrenome
Azevedo
Tipo
Biografia
Referências
BUENO, Beatriz P. S. Escritório Ramos de Azevedo: a arquitetura e a cidade. São Paulo: Centro Cultural dos Correios, 2015.
BUENO, Beatriz P. S. Escritório Técnico Ramos de Azevedo, Severo & Villares: longevidade, pluralidade e modernidade (1886-1980). Revista CPC, (19), 194-204. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i19p194-204
LEMOS, Carlos. Ramos de Azevedo e seu escritório. São Paulo: PINI, 1993.
Gênero
Masculino
Coleções
Biblioteca